segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Batalha Sob Vidro-Vento - Filippo Tommaso Marinetti

Milano - Corso Venezia - Lapide F. T. Marinetti - Foto Giovanni Dall'Orto

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BATALHA SOB VIDRO-VENTO

Filippo Tommaso Marinetti

Tradução de Mário Faustino
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a 5.000 m. diante da calma solenidade método da
batalha em surdina rumores oleados da
distância fragores levados no cristal ve-
loz do vento forte Kartal-Tépé (FRESCO CINZENTO – PÉROLA
AMARELINHO COMICHANTE INAFERRÁVEL DUVIDOSO)
forte Kazal-Tépé forte Cheittam-Tépé
forte Kazal-Tépé 30 chamas sucessivas isócronas
valllsas de 30 casais vermelho atrás dos vidros fechados
(SILENCIOSO INCOMPREENSÍVEL ABSURDO) fitas-transmissões
de ecos rooossssssnantes
trabalho ordenado de oficina
moinho oscilar
tear tessitura fusos de fogo seta do rumor fuzilaria
= estridor de mola fuga alternada de sutis fumaças
brancas (SHRAPNELS) grossos fumos negros (GRANADAS)
concorrência industrial de gritos + chamas + projéteis
+ esfacelamentos sob o vento regulador comercial
greve de rumores a 1.000 m.
diante de mim 2 arados paciêêêêêência raaange-raaange de
torrões pedregosos pentes-furtivos-do-vento sobre 6 ovelhas
tosse de um oficial sentado num caixão na trincheira
ressonância dos pulmões tísica fluxxxxo e refluxxx-
xxxo de folhas trêmulas sobre a praia do silêncio
búlgaro mar agonias elegantes Nice Menton
San Remo patapum-pluff (ONDA)
fraaaaah (SAIBRO)
plupumflac (DURO PRECIPITADO LÚGUBRE)
fraaaaaah (INDULGENTE DESCONSOLADO)
pluuuuum (CADÁVER OU CANHONEIO)
chaaaaah (LEQUE D’ ÁGUA ANGÚSTIAS LEMBRANÇAS)
a 8.000 m. à direita além da Maritza vale
cheio de explosões amordaçadas (CALMO DESPREOCUPADO)
AZUUUUUL VERDE CINZA FRESSSSSCO JOVEM SORRI-
DENTE) ingenuidade de 4 umaças brancas aquele alto
shrapnels quase silenciosos gentileza de uma
bateria invisível varrer a CrRrRista sobre subiragar-
rando-se (INVISÍVEL POUCO RUMOROSO CERTO TEIMOSO)
infantaria sobressaltos graciosos de água fervendo aquela
caldeira borbulhar (PIO LONGÍNQUO DOCE DULCÍÍÍSSIMO PA-
CÍFICO INOCENTE) resposta igualmente gen-
til shrapnels turcos (LEVE FESTIVO DESCUIDADO)
fogos artificiais leque perfurante das
metralhadoras longínquas resfrescar porém resfrescar certo
a marmelada amarela de espinheiros intestinos gordura
sangue lama entre pulos dos tições entusiastas ossadas
carbonizadas apagar-se 2-3-4
sacudidelas apagar-se calafrio
calafrio imobilidade indiferença
da Maritza sorrisos calma afetada das amoreiras
(VERDE AZUL MOLE SEDOSO DELICADO LENTO)
abaixo de mim a 3.000 metros 3a
divisão búlgara
(apressar-se certo correr correr correr) diminuiramar-
cha aparente como para esconder-se vacilações cautela ao
abrigo daqueles altos (que também parecem esmagados)
descer paz sede dos rebanhos cornudos de baionetas
bebedouro Maritza 1.000 m. mais
longe 4a
divisão búlgara brancura
triângulos tendas serenidade
indiferença sono de um acampamento
nômade sob 4 shrapnels (ISÓCRONO FAMILIAR ALE-
GRE TÍMIDO INFANTIL LENDÁRIO) bateria turca tiro
rápido 4 estrelas prateadas aparecidas
4 desaparecidas

4 APARECIDAS
4 desaparecidas
8 apareciiidas

PRESÉPIO

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